quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mitologia em gotas!!!!!!!!!!Escopas!!!!!!!




Escopas era um poderoso rei da Tessália que não admitia e ninguém era audaz para contestar seu poder. Riquezas chegavam às suas mãos e reinos vizinhos quase sempre vinham lhe trazer honrarias em presentes. Ainda assim, Escopas não se sentia completo, suficiente e absolutamente feliz. "O que lhe falta ainda?" - perguntavam-lhe, mas ele não sabia responder.

Certo dia Escopas escutou a música e os poemas de Simônides, o príncipe dos poetas de toda a Grécia. Escopas compreendeu tudo e alegremente mandou chamar o poeta. Ao vê-lo, o rei ordenou que ele fizesse um poema celebrando em versos inesquecíveis as suas gloriosas façanhas, que fosse tão extraordinário que haveria de ser cantado e repetido pelas gerações através dos tempos.

Simônides entendeu que para exaltar o rei em versos teria de fazer uma peregrinação desde os feitos gloriosos dos seus ancestrais, fazendo comparações que elevariam o mérito do homenageado ao erguer as suas virtudes. Tentando elaborar os primeiros versos da imensa epopéia, Simônides não encontrava algo do qual o rei poderia vangloriar-se, apenas crimes e barbaridades marcavam o rei e também seus antepassados.

Ambição, inveja, ciúmes, assassinatos, estupros e ações crueis eram os temas encontrados, mas nenhum feito justo, humano e glorioso, por menor que fosse, havia para ser narrado. Mas o talento superior do poeta conseguiu transformar com beleza aquelas atrocidades selvagens. No dia da primeira audição de seu poema, reuniram-se o rei e toda sua corte. E assim começou Simônides:

- " Escopas, poderoso rei da Tessália, temido e amado pelos súditos e pelos reis de toda a Grécia, aqui está o produto do meu suado labor, que não tem outro fim senão o de contar em versos perfeitos a trama sublime que as Moiras divinas teceram para compor o tapete glorioso de vossa vida ".

Dando início à sua maravilhosa epopéia, todos os circunstantes bebiam suas palavras como quem sorve um saboroso vinho até que o poeta entrou numa vereda do seu poema. Em uma longa divagação, Simônides exaltava as virtudes guerreiras e honradas dos irmãos Castor e Pólux, mas que na verdade pouco tinham a ver com as do homenageado. As excessivas divagações atingiram a vaidade do rei que não se sentiu feliz com as comparações. Sentado à mesa do banquete entre seus cortesões e aduladores, Escopas resmungava insatisfeito com o relato das proezas dos filhos gêmeos de Leda e Zeus sem nenhuma menção aos seus feitos.

Entregue à longa recitação, Simônides continuava a exaltar os feitos dos gêmeos até que finalmente encerrou sua brilhante epopéia. Aplausos entusiásticos evocaram por todo o salão, mas se tornara evidente a todos que o poeta havia glorificado e exaltado Castor e Polux porque não encontrara o que exaltar em Escopas, um modo sutíl que o poeta encontrou para mostrar isso ao rei.

Chegada a hora do rei pagar a quantia prometida, reverentemente do trono o rei abriu um baú de riquezas, mas para supresa de Simônides o rei entregou-lhe apenas metade ficando com a outra metade, dizendo que pagaria apenas a metade já que o poeta havia exaltado tanto os gêmeos, caberia a eles pagar o restante. Humilhado com as gargalhadas de deboche que se seguiram, Simônides retornou ao seu lugar mas um lacaio anunciou que havia dois homens fora do palácio procurando por Simônides.

Simônides saiu para os jardins mas não encontrou ninguém à sua espera, senão um saco cheio de moedas. Porém quando retornava para o palácio escutou um terrível ruído e diante de seus olhos viu a cúpula do palácio ruir sobre o salão de banquetes. Sepultados sob pilhas de escombros jaziam os corpos de todos os convidados que há pouco o haviam ridicularizado. Entre eles, estava o rei com seu corpo dilacerado em meios aos destroços, com seu baú vazio e entre seus dentes havia uma moeda: o óbulo dos mortos. Posteriormente Simônides não teve dúvida de que Castor e Polux teriam vindo pagar a sua parte.




Fonte:http://eventosmitologiagrega.blogspot.com/ 

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