Héstia é a personificação grega do fogo sagrado, da pira doméstica e da cidade. Cortejada pelos deuses, especialmente pelo belo Apolo e por Netuno, Héstia rejeitou todas as propostas amorosas e pediu ao seu irmão Zeus que protegesse sua virgindade. Filha de Cronos e Rheia, era uma das divindades olímpicas. Devido à sua vontade de permanecer casta, suas sacerdotisas se mantinham a vigiar o fogo sagrado permanente nos templos.
Representada trajando um longo vestido, muitas vezes com a própria cabeça coberta por um véu, ela é a deusa que nunca abandona o lar, o Olimpo, e jamais se envolve nas brigas e guerras de deuses ou mortais. O animal mais sagrado à deusa é o asno. Como deusa do fogo sagrado, ela representava a divindade do lar, defendendo a vida da família, presidindo o ambiente doméstico e os laços familiares. Era muito comum utilizar a sua imagem nas moradas dos jovens que iam adquirir conhecimento longe de sua terra natal, pois isso mantinha a ligação familiar ausente.
Era adorada antes dos outros deuses em todas as festas, uma vez que era a mais antiga e preciosa das deusas do Olimpo. Um juramento feito em seu nome era o mais sagrado dos juramentos. De Zeus recebeu a honra de ser venerada em todos os lares, ser incluída em todos os sacrifícios e permanecer em paz, em seu palácio cercada do respeito de deuses e mortais. Era a personificação da moradia estável, onde as pessoas se reuniam para orar e oferecer sacrifícios aos deuses, e adorada como protetora das cidades, das famílias e das colônias.
Sua chama sagrada brilhava continuamente nos lares e templos. Todas as cidades possuíam o fogo de Héstia, colocado no palácio onde se reuniam as tribos. Esse fogo deveria ser conseguido direto do sol. Quando os gregos fundavam cidades fora da Grécia, levavam parte do fogo da lareira como símbolo da ligação com a terra materna e com ele; acendiam a lareira onde seria o núcleo político da nova cidade.
Sempre fixa e imutável, Héstia simbolizava a perenidade da civilização. Em Delfos, era conservada a chama perpétua com a qual se acendia a Héstia de outros altares. Cada peregrino que chegava a uma cidade, primeiro fazia um sacrifício Héstia. Seu culto era muito simples: na família, era presidido pelo pai ou pela mãe; nas cidades, pelas maiores autoridades políticas.
Héstia, a deusa casta dos lares, é a grande mãe e protetora de todas as mulheres casadas, das donas de casa e deusa do lar. Mediadora da integração psicológica, é a presença espiritualmente sentida, interior e anonima dos monges e freiras, da pureza absoluta, da percepção focalizada no mundo interior, da concentração, discriminação, desapego das pessoas, sem ambição e auto-suficiência. Na Grécia antiga significava um culto, o ritual de estar em volta de uma lareira. Para a felicidade de um casal era necessário ter uma lareira ou um altar que dá continuidade, consciência partilhada e identidade comum.
Representada trajando um longo vestido, muitas vezes com a própria cabeça coberta por um véu, ela é a deusa que nunca abandona o lar, o Olimpo, e jamais se envolve nas brigas e guerras de deuses ou mortais. O animal mais sagrado à deusa é o asno. Como deusa do fogo sagrado, ela representava a divindade do lar, defendendo a vida da família, presidindo o ambiente doméstico e os laços familiares. Era muito comum utilizar a sua imagem nas moradas dos jovens que iam adquirir conhecimento longe de sua terra natal, pois isso mantinha a ligação familiar ausente.
Era adorada antes dos outros deuses em todas as festas, uma vez que era a mais antiga e preciosa das deusas do Olimpo. Um juramento feito em seu nome era o mais sagrado dos juramentos. De Zeus recebeu a honra de ser venerada em todos os lares, ser incluída em todos os sacrifícios e permanecer em paz, em seu palácio cercada do respeito de deuses e mortais. Era a personificação da moradia estável, onde as pessoas se reuniam para orar e oferecer sacrifícios aos deuses, e adorada como protetora das cidades, das famílias e das colônias.
Sua chama sagrada brilhava continuamente nos lares e templos. Todas as cidades possuíam o fogo de Héstia, colocado no palácio onde se reuniam as tribos. Esse fogo deveria ser conseguido direto do sol. Quando os gregos fundavam cidades fora da Grécia, levavam parte do fogo da lareira como símbolo da ligação com a terra materna e com ele; acendiam a lareira onde seria o núcleo político da nova cidade.
Sempre fixa e imutável, Héstia simbolizava a perenidade da civilização. Em Delfos, era conservada a chama perpétua com a qual se acendia a Héstia de outros altares. Cada peregrino que chegava a uma cidade, primeiro fazia um sacrifício Héstia. Seu culto era muito simples: na família, era presidido pelo pai ou pela mãe; nas cidades, pelas maiores autoridades políticas.
Héstia, a deusa casta dos lares, é a grande mãe e protetora de todas as mulheres casadas, das donas de casa e deusa do lar. Mediadora da integração psicológica, é a presença espiritualmente sentida, interior e anonima dos monges e freiras, da pureza absoluta, da percepção focalizada no mundo interior, da concentração, discriminação, desapego das pessoas, sem ambição e auto-suficiência. Na Grécia antiga significava um culto, o ritual de estar em volta de uma lareira. Para a felicidade de um casal era necessário ter uma lareira ou um altar que dá continuidade, consciência partilhada e identidade comum.
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O mito de Héstia representa a chama da vida. Héstia, que em grego significa passar pelo fogo ou consumir, sempre teve as honras de todas as divindades, tornando-se a única a ser cultuada em todas as casas dos homens e nos templos de todos os deuses. Nenhum lar e nenhum templo ficava santificado sem a sua presença. Héstia era tanto uma presença espiritual como um fogo sagrado que proporcionava iluminação, calor e aquecimento para o alimento.
Era a divindade menos conhecida dos deuses olímpicos e nunca foi representada em forma humana, mas sim pela chama viva no centro do lar, do templo, da cidade, sendo seu símbolo um círculo, pois suas primeiras lareiras eram redondas, assim como os seus templos. Enquanto as divindades circulavam, Héstia mantinha-se imóvel no Olimpo. Essa imobilidade fez com que não representasse papel algum no mito, permanecendo mais como um princípio abstrato, a idéia da lareira, do que como uma divindade pessoal.
Sobre essa peculiaridade de Héstia, em ser paradoxalmente a primeira do Olimpo e ao mesmo tempo a mais obscura, sua imagem e seu lugar são idênticos. Não havia imagens em seu templo; havia apenas o fogo sagrado sobre a terra. Sua presença era sempre solicitada nos acontecimentos importantes da vida grega. Sem o fogo sagrado de Héstia não haveria festas para a humanidade pois ninguém poderia iniciar o primeiro e o derradeiro gole do vinho doce como mel sem uma oferenda à deusa da lareira.
Quando dois jovens se uniam pelo casamento, a mãe da noiva acendia uma tocha em sua casa e a transportava diante do casal até sua nova casa, para que acendessem a primeira chama em seu lar, tornando-o, por este ato, sagrado. Da mesma forma, cada cidade-estado grega tinha uma lareira comum com um fogo sagrado cultivado no edifício principal, ao redor do qual se congregava o povo. Quando alguém deixava a sua cidade natal, levava consigo o fogo sagrado de tal forma que onde quer que um casal se aventurasse a estabelecer um novo lar, Héstia vinha com eles, ligando o lar antigo ao novo, simbolizando o espírito de continuidade de ligação. Da mesma forma, em Roma a chama sagrada de Vesta unia todos os romanos numa única família.
Em seus templos o fogo sagrado era cuidado pelas virgens vestais , que em certo sentido eram as representações humanas de Héstia, eram suas imagens vivas, transcendendo à escultura e à pintura. As meninas escolhidas para serem vestais eram levadas ao templo, em geral, com menos de seis anos de idade. Lá seus cabelos eram cortados e suas vestes era de modo igual. Qualquer ponto que a distinguisse, era totalmente apagado.
Eram mantidas à distância de outras pessoas e honradas, devendo, de modo semelhante à deusa, preservar sua castidade, com terríveis consequências para quem violasse as regras impostas. Uma vestal que tivesse relações sexuais com um homem profanava a deusa e era punida com o sepultamento em vida, numa área pequena e sem ar no subsolo, com luz, óleo, alimento e um lugar para dormir. A terra sobre ela era nivelada, como se nada existisse embaixo.
Héstia tinha associação em torno de um espaço sagrado, de um centro, um ponto de convergência, um ponto de aquecimento. Venerada nos lares gregos e nas cidades, apresentava-se como uma pilha de carvão em brasa, localizada no Onphalos, o umbigo de Delfos, que era a cidade consagrada a Apolo considerada o centro do mundo pelos gregos. Também compartilhava a imagem do fogo sagrado com Hermes, que era o espírito alquímico imaginado como o fogo elementar. Tal fogo era considerado a fonte do conhecimento intuitivo, simbolicamente localizado no centro da Terra.
Outra associação entre Héstia e Hermes se refere à sacralização de um espaço. Na Grécia antiga, na parte externa de todos os lares, como uma proteção contra qualquer invasão maléfica existia o "Herma" um pilar que representava Hermes. Assim, Hermes e Héstia eram associados na proteção de um espaço sagrado; enquanto Hermes protege o exterior, Héstia guarda o espaço interior. O pilar e o anel em forma de círculo representam os princípios masculino e feminino, respectivamente.
Héstia representando o espaço interior está associada aos valores femininos, a importância do santuário interior, da interiorização para encontrar significado e paz. O santuário da família sem a fonte de calor ficam diminuídos ou são perdidos. O sentimento de uma ligação básica com os outros desaparece, como também a necessidade dos cidadãos de uma cidade, país ou da terra se ligarem por um elo espiritual comum.
O fogo está associado à cor vermelha, ao verão e ao coração. Ora representa a paixão, ora representa o espírito ou conhecimento intuitivo. Tanto no antigo quanto no novo testamento o fogo é elemento que purifica e limpa, tornando-se o veículo que separa o puro do impuro, uma visão compartilhada com a alquimía. O fogo desde os primórdios é adorado por eliminar as impurezas, as contaminações, tendo o aspecto de regenerar e renovar.
Em muitas culturas primitivas, são inumeráveis os ritos de purificação que se configuram nos incêndios dos campos que se revestem, em seguida, de um tapete verde de natureza viva. É a natureza que age como a fenix, renascendo das cinzas e essa imagem tem a sua correspondência psicológica. Segundo Bachelard, existem duas direções ou constelações psíquicas na simbologia do fogo, de acordo com sua origem e conforme é obtido: pela percussão ou pelo atrito.
Pela percussão está intimamente ligado ao relâmpago, à flecha, portanto, ao princípio espiritual e possui um valor de purificação e iluminação. Esse se opõe nesse sentido ao fogo sexual obtido pela fricção, assim como a chama purificadora se contrapõe ao centro genital da lareira, como a exaltação da luz celeste se distingue do ritual de fecundidade agrária. Na sua dimensão simbólica o fogo obtido pela percussão representa a etapa mais importante da intelectualização do Cosmo e afasta mais e mais o homem de sua condição animal.
Para os Astecas o fogo terrestre, ctônico, representa a força profunda que permite a união dos opostos, a ascensão, a sublimação da água impura em água celestial, a água pura e divina. O fogo é o motor, o grande responsável pela regeneração periódica. O fogo que simboliza Héstia é também ctônico, vindo das profundezas da Terra, é uma chama que nutre ao mesmo tempo que ilumina a vida psíquica. O fogo do sacrifício ao ser substituido pelo fogo interior, que é simultaneamente o conhecimento penetrante, iluminação e destruição do invólucro carnal, tem o poder de tornar-se indestrutível. O aspecto destruidor do fogo também comporta uma conotação negativa e o domínio do fogo é também uma função diabólica. Observe-se a propósito da forja: seu fogo é ao mesmo tempo de demiurgo e do demônio.
A importância de Héstia na vida psicológica advém de sua habilidade em mediar a alma, dando-lhe um lugar onde se congregar, um ponto de junção em que a alma e o mundo se misturam. É através da presença mediúnica de Héstia que a moradia do mundo do homem é psicológica. O ato de imaginar, atividade psicológica por excelência, não está separado do mundo. As moradias que criamos, é onde moram interiormente, sonhos e fantasias. Exteriormente manifestam um aspecto de nossa alma. A casa mais do que a paisagem é um estado psíquico.
As moradias do mundo cotidiano falam dos lugares de nossa alma e revelam um lado íntimo de nossa psique. A alma sob a perspectiva de Héstia nos revela em termos de metáforas espaciais, assim a patologia que se manifesta através da linguagem da deusa da lareira contém frases referentes ao espaço: fora da base, fora do centro, incapaz de se fixar, distanciada, sem um tapete sob os pés, numa demonstração de que, sem os valores de Héstia e do seu poder de integração, a alma é incapaz de encontrar um lugar onde morar.
Uma das fantasias relacionadas à patologia da alma e que se faz muito presente desde os povos primitivos, é a da perda da alma. Cícero afirmava que a alma doente era aquela que não podia alcançar ou persistir, estava sempre perdida. Quando perdida, a alma não tem ligação psíquica com Héstia e sua centralidade. A alma não pode ir para casa porque não há um lugar para se retornar. Nesse contexto a ausência de Héstia representa uma ameaça para a integridade da psique, com sua multidão de imagens e a influência delas.
Sem Héstia não pode haver concentração na imagem e não há limites que distingam a intimidade da moradia interior e do mundo externo, pois não há uma casa psíquica que ofereça paredes protetoras que tornem possível as celebrações da vida, o alimento para a alma. Sem a presença de Héstia, o que se pode observar em certas desordens transitórias da psicose, particularmente das esquizofrenias, não existe separação entre os espaços de dentro e de fora, não há barreiras protetoras, que possibilite a permanência das imagens de tal modo que o mundo psíquico todo é vivenciado como transitório e fugaz.
As imagens de sonhos comuns em pacientes esquizofrênicos latentes revelam esse desarranjo profundo em termos de um espaço habitável apresentados imagisticamente como a Terra ou como um edifício. Barbara Kirksey acredita que essa frágil coesão e insegurança está relacionada com a ausência da capacidade mediadora de Héstia, que acolhe e centraliza os acontecimentos aleatórios num espaço comum e aqui cabe relembrar o mito realçando o fato de ser essa deusa, a primogênita e ao mesmo tempo a última, espécie de figura alfa-ômega da psique. Sua ausência ameaça toda a estrutura psíquica da personalidade em caos.
Assim como Hermes exerce a função mediadora que conecta e move a alma, também Héstia tem uma função coesiva na alma que preserva o elemento de plenitude e permite ao indivíduo imaginar em paz. A lareira redonda de Héstia, com um fogo sagrado no centro, é uma forma de mandala; símbolo da integridade e da totalidade. Uma imagem de Atena em vestes guerreiras, era guardada por Héstia ou Vesta em seu templo localizado em Roma. Tal imagem havia sido roubada de Tróia e acreditava-se que a ela se devia a preservação do império. Héstia ou Vesta foi designada a guardiã dessa imagem de Minerva, graças ao seu poder de iluminação que nunca falha, um poder que tudo vê e que assim preservava com sua luz a integridade do império.
A força de Héstia difere das outras duas deusas virgens Atena e Ártemis, pois enquanto estas manifestam seu poder sob a forma de atos de afirmação, Héstia ilumina e sua luz proporciona proteção e nutrição às imagens. Jean Shinoda Bolen nos diz ser uma características das deusas virgens a visão e a percepção focada, mas enquanto Atena e Ártemis dirigem sua luz para o exterior, Héstia a direciona para o interior e quando o enfoque se volta para o interior, em direção a um centro espiritual, a vida adquire um significado maior, tem-se um ponto de referência interior que nos permite permanecer firmes no meio da confusão, da desordem, da afobação do dia-a-dia.
Quando se fala em capacidade de iluminar, vem-nos à mente a questão do lugar para onde se dirige essa luz, ou seja, qual o seu foco e, segundo Ovídio, a palavra para terra em latim é Focus e a terra (focus) em latim é assim chamada por suas chamas e porque ela nutre todas as coisas. No ramo da ciência que estuda os fenômenos da propagação da luz, a óptica, foco é o ponto no qual os raios se encontram depois de refletidos ou refratados e também o ponto do qual os raios podem originar-se. Foco, portanto, é o ponto de separação e ao mesmo tempo de convergência do raio. A origem desse ponto expressa-se pela figura mítica de Héstia.
Outra definição da palavra foco que se associa mais estreitamente com a vida psicológica vem do teatro moderno. No teatro, foco é a parte mais iluminada do palco e é nesse espaço mais iluminado que se desenvolve a trama que dá sentido à peça. Também em nossa vida psíquica aqueles caracteres que aparecem em nossas experiências psicológicas mais brilhantemente iluminados são o foco, que dão sentido ao drama de nossa vida. Pode-se dizer que Héstia não participa do drama como personagem, como figura, mas é ela que se encarrega da iluminação e se levarmos a sério a crença antiga da proteção através da iluminação, é Hestia que nos oferece a proteção necessária para que possamos iluminar e centralizar essas figuras ou imagens, nos cenários do nosso consciente.
Ainda se dá à palavra foco a definição que também se relaciona com a vida psíquica, é a que considera o foco como aquele ponto ou posição em que um objeto precisa situar-se, a fim de que a imagem produzida pelas lentes seja clara e bem definida. Focalizar está em oposição a interpretar a imagem, porque a ação de focalizar prende-se muito mais ao movimento das lentes buscando uma melhor definição da imagem do que a uma mudança de posição. O ajuste é, portanto, nosso. A imagem conserva o seu espaço, sendo o processo de focalizar que leva a pessoa a uma relação definitiva com a imagem, a partir da qual esta ganha iluminação e clareza. Retornar à imagem a partir de várias direções é uma tentativa de encontrar o foco, ou seja, isto é uma figuração ao modo de Héstia.
A condição de guardiã das imagens de Héstia faz-nos entrar em conexão com um outro aspecto dessa divindade, o da hospitalidade. Propiciando um lugar de união de congregação, Héstia oferece hospitalidade às imagens, elas são como espíritos que se corporificam ou se personificam através do acolhimento e do aconchego da lareira de Héstia. Personificar é um modo de conhecer; é uma possibilidade de se estabelecer um relacionamento fecundo com o inconsciente.
Fonte:http://eventosmitologiagrega.blogspot.com/
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