Deusa mãe

A Deusa-mãe é uma Deusa em comum em várias civilizações, principalmente as mais antigas. É a própria Terra, a fertilidade da Terra. A Terra era associada a uma Deusa feminina em diversas tradições, a mais conhecida é a grega Gaia. As Deusas-mães eram as Deusas supremas de cada civilização, porém, com o a relevância das tarefas masculinas, como a guerra e a caça, essas Deusas foram perdendo a importancia, enquanto Deuses masculinos da guerra se tornaram os mais importantes, como Jupter em Roma, Zeus na Grécia, Marduk na Babilônia e Odin na Escandinávia.
Gaia foi a Deusa-mãe dos gregos, assim como Tello dos Romanos, Durga dos hindús, Nerthus dos vikings e Danu dos celtas. Todas são as mesmas Deusas, porém com nome e culto diferente em cada civilização. Nas mais antigas aldeias de antigas civilizaçãos são encontrados estatuetas dentre outras imagens de mulheres com grandes seios e quadris. Tais estatuetas são chamadas de "Vénus", sendo a mais conhecida a Vénus de Willendorf. Dão-se o nome de Vénus á essas ídolos porque os romanos a consideravam a mãe do povo romano.

Romanos e gregos:Tello (Gaia), segundo o escritor grego antigo Hesíodo, é uma das Divindades primordiais, e a partir de sua linhagem surgiram os Deuses Olímpicos e a humanidade. Os outros Deuses filhos de Gaia foram surgindo pois os humanos passaram a cultuar diferentes espaços na Terra, como as montanhas, os rios, as florestas, ou seja, os Titãs e Titanides. Com isso, o culto de Tello como Deusa-mãe foi sendo substituido por Cibele (Réia), e com a dominação dos Deuses Olímpicos (Deuses da cultura, das profissões), passaram a cultuar Ceres (Deméter), Deusa da agricultura, com o Culto de Elêusis.

Germânicos: Nerthus foi a primeira Deusa dos povos germânicos. Comemorava-se na primavera uma procissão com um carro puxado por vacas. Além de ser cultuada por nórdicos, também era cultuada por saxões, teutônicos, e outros povos "bárbaros". Com a chegada do culto dos Deuses Æsir (Deuses masculinos da guerra), seu culto perdeu importância. Com isso, o culto de Nerthus foi substituido pela Deusa Vanir Jord. Os saxões cultuaram Eostre, Deusa da primavera e fertilidade.

Oriente Médio: Ishtar era uma espécie de Deusa mãe dos acádios, equivalente à fenícia Asterote e Inanna dos sumérios. Em seus rituais comemorados na primavera, pintava-se ovos, simbolizando a fertilidade. O mesmo culto é feito à Deusa germânica Eostre, na qual também pintavam ovos, esta tradição deu origem à Páscoa cristã, pois na verdade ninguém sabia a data exata que Jesus foi ressucitado. A hebréia Maria, mãe de Jesus, é vista no cristianismo católico como uma mãe divina, pois pariu Jesus, o "Deus filho", segundo o cristianismo.

África: Embora seja uma Deusa aquática, Iemanjá é considerada mãe dos homens e dos Orixás na religião yorubá. Hoje, Ela é cultuada na umbanda e parte do candomblé.

Celtas: Danu era a Deusa-mãe dos celtas. Entre todas as Deusas-mães, Danu foi a mais relevante. Era Deusa da vida e da morte, e assim como a Deusa grega Hécate, Danu possui três aspectos, parecido com ascenção, vida e declínio. Em manuscritos da Irlanda e Escócia diz-se sobre os Tuatha Dé Danann (Povo de Danu), um povo adorador de Danu que possuia poderes ocultos. Embora o povo celta, assim como todos os outros, serem bastante voltado para a guerra, eles não eram misóginos, e mantinham o culto da Deusa-mãe como principal divindade.

Hoje em dia: Na religião wicca cultua-se muito a Deusa-mãe, muitas vezes relacionadas à Deusa Danu, dos celtas, mas também a relacionam à Gaia, Hécate, ou até Diana. Na wicca, Ela é representada como uma Deusa tríplice, seguindo a tradição celta. A Deusa-mãe nesta religião é simbolizada por três Luas (Triluna). Embora a wicca cultue o Deus Cornífero e a Deusa-mãe em igualdade, esempre dá-se mais relevância à Deusa-mãe. Alguns wiccanos seguem vários Deuses, seja celta, viking ou grego, mas sempre de acordo com a teoria de que todas as Deusas são uma só Deusa, e todos os Deuses um só Deus.